quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Eterna virgindade

Uma análise no tempo.

...Quantos caminhos , nem sei,
eu quis.
Quantas historias de mim mesma criei,
mais do que o grilo canta, talvez.
Se o vento pede pra eu parar
e o frio vem.
Que foi meu Deus que eu fiz!?

Hoje escrevo pra me livrar
do ato em vão, do ato vulgar,
da virgindade que lembro perder.

 Oh morte! Me entregue essa vida!
Que da luta sobre a sorte.
Que velejem meus beijos nas noites
de alguém que me saiba entender.
Deixando assim a paz atrair
Uma alma completa ao despertar.


Gabriela Q. Nemitz

terça-feira, 28 de maio de 2013

No vazio da nuvem



Num espaço tão vazio,
numa aéreo nuvem estratégica
de coisas que não interessam
e que não fazem sentido,
o amor nasce por nascer,
e só quem sabe morrer
é a noite,
porque sabe renascer.
Não sinto meus pés
se estou deitada,
e aqui de baixo
tudo é tão frio ou quente.
Aqui em baixo
tudo é tão frio ou quente.
Forcinhas,
vem do além.
Eu vi mais de uma lágrima,
no rosto de alguém;
no rosto de tu, dentro de mim,
nessa alma do meu além de mim
e de minha mascara.
Gabriela Q. Nemitz

sábado, 16 de março de 2013

Normal

Eu sou o mais normal do mundo.
Minto grito e jogo atiro,
beijo irrito, logo mais to pobre, rico.
Vouvenho na praça.
bebi cachaça do mercado
da esquina da minha casa.
Quero amor e quero sorte.
Se me enchem quero a morte.
Sou o mais normal do mundo.
Tenho medo do escuro.
No banco crio fundos,
nos sonhos crio mundos.
Cagando crio, canto e voz.
Sou a fera feroz e as vezes o sapinho.
Sou o mais normal do mundo,
tenho medo do escuro,
tenho medo do cansaço,
e o procuro,
quando procuro acho,
e as vezes já o perdi;
já perdi tanta coisa,
já ganhei muito mais,
mas nunca dessas sortes que saem nos jornais.
Vivo num teatro
exagerando o que quero,
e o que quero eh muito mais
do que o normal do mundo.
Talvez seria triste sendo anormal,
aqui as vezes sou alegre.
Eu ate me desespero.
Tenho medo do escuro. 


Ps: mundo do normal mais o sou.
 
Normal. 
 
 
Gabriela Q. Nemitz
 

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Corações meus


Tenho vários corações sim.
o coração solto e o louco.
Tenho corações em vários formatos e cores.
Tenho vários corações em formatos de amores.
Tenho coração cachaceiro e o alcalino,
tenho o mutante e o felino,
o coração bonito, o coração feinho,
o com tempo, o coração sumido.
Tenho o coração de mãozinha,
o amigo dele do sexo.
Tenho coração rosa,
coraçao branco,
coraçao preto,
coraçao branco rosa e preto.
Tenho o coração que se importa
por quantos corações eu tenho.
Tenho o coração chateado,
pelo meu coração sem sossego.
Tem corações em vários formatos que eu tenho.
Aquele que apenas observa
e ama todos os outros.



Gabriela Q. Nemitz 

O cravo só.


Eu tava morrendo em vida,
eu tava morrendo a toa e não sabia.
Fazia mate sem verde e feijão sem a tampa.
De algo que não era meu,
me convencia,
de algo que as vezes a vida te bota em prova,
de algo que o barco afunda,
de pato que não tem mais bico,
e o bico do cu ta cansado de parado,
de algo que não tem poesia,
nem rima, nem verso, nem rima,
sem verso,
sem estrofe,
sem estar em casa.
Sofrendo na moita,
 aceitando a vida que sua mente queria,
e que seu coração renega,
só por ter que pensar em aceitá-la.
O que é de sangue nem se nega. 


Gabriela Q. Nemitz