segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Gracinha

Engraçado nosso amor é cômico,
gracinha nosso amor é amor,
de graça sugaste minha alma,
sem graça o que não combina,
que nos faz brigar a toa,
que nos faz crescer na dor.


Gabriela Q. Nemitz

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Per forma

No retrato que desfaço sobre mim,
desafogo o abstrato,
procurando a alma inexistente.
Procuro respostas no preciso rente
e um pouco de aprovação.
São 1555 aprovações quais preciso,
e mais algumas poucas.
São retratos que desfazem meus passos.
São fotos que me vesgueiam.
Nas milhas de distancia,
pro que espera que nada eu espere.
Desilumina-se meu comando
Desarma-se minha per forma
de luta amadora,
quando me ignoras,
cravando as unhas até as unhas.


Gabriela Q. Nemitz

Espuma salgada

No 25 de Maio
ele usava luvas pretas.
Era um caso curioso.
Pegou a condução,
depois no escuro caminhou
indo pra avenida 65.
Pegou o cabelo da puta,
sentiu desilusão.
Em casa, no café chorou;
era uma espuma preta
como suas luvas.
Ele pegou novamente as luvas.
Se viciou nas putas.
Se viciou no choro.
Se viciou nas luvas.

Carência.

Café NÃO vicia.




Gabriela Q. Nemitz

Embrulho ..

Jogo que treme, laço que te laço
Te alcanço no pulo,
me desviro no traço,
fazendo-te querente
de um milhão de coisas.
Te derreto num tiro,
o grito ambulante.
Giro só, giro comigo.
No mundo o umbigo,
no umbigo o acaso.
Estante que vira,
e neste jogo que treme
te dou duas vidas,
uma de dó, outra saída.
Gritando no barranco
e saciando menos.
O espelho reflete
o odor de não verte,
que já não existe.




Gabriela Q. Nemitz

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Fizeste-te

Criaste asas,
voaste.
Criaste teu sopro,
soprando teu aço,
se tornando diluído
entre tanta gente .
Fizeste corpo.
Comeste traças.
Caçaste a morte,
e a morte te caça.
Te despediste,
depois viraste moça.
Aprendiste a mentir menos,
a decifrar pouco.
Quereste amantes.
Desejaste o rendirte.
Te distraiste no sopro,
soprando teu passo,
se tornando cansaço
Entre tanta gente.


Gabriela Q. Nemitz