quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Palmas

Num quarto,
todo azul.
4 assobios.
Um pedaço de prego enferrujado,
em cima do tapete de papel reciclável.
Algum som irreconhecível,
de um instrumento não existente.
Uma cara de cobra.
Um vaso de cinzeiro.
4 palmas.
Uma chave que nem tem mais porta,
e o bolso esquerdo de alguém.
Um soluço, alguém chora.
A maçaneta da porta do opala.
Cartas de amor inacabado.
Uma pena de pato.
Era a sala do maior submarino amarelo do mundo.
4 soluços.

Sou daltônica.


Gabriela Q. Nemitz

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